quarta-feira, 23 de abril de 2008

She Power

Não raro, me sinto muito desrespeitada como mulher. Nem adianta dizer que os tempos mudaram, que hoje nós já podemos trabalhar como os homens (apesar dos salários mais baixos para os mesmos cargos), votamos, somos independentes, viajamos sozinhas, etc e tal. A meu ver, tudo isso, infelizmente, é uma meia verdade. No dia-a-dia, não faltam situações onde o machismo, ainda que velado, se faz presente.

Na semana passada, por exemplo, meus pais foram a uma concessionária. Durante todo o tempo, o vendedor só falava das características do carro para o meu pai. Na hora de fechar o negócio, ele descobriu que seria a minha mãe a desembolsar a grana...e aí, claro, passou a falar com ela.

Quando acontece uma coisa como essa, me dá muita raiva. A vontade que eu tenho é de comprar um consolo para carregar na bolsa. Assim, toda vez que me sentir discriminada só pelo fato de ser mulher, vou mostrá-lo para verem que eu também tenho pau e, quem sabe, ganhar algum respeito.

PS – O título desse post é uma homenagem à banda Primal Scream!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A correria da vida moderna




Pois é, sei que eu e minha parceira de carteado andamos sumidas da mesa de jogo. Muito trabalho, a vida moderna que simplesmente engole, engole e não sobra mais tempo para nada. Isso não é uma desculpa, mas sim uma justificativa. Afinal, o que a vida moderna nos traz de bom? Eu fico me perguntando isso sempre, pois precisamos cada vez mais de remédios e de menos doses de amor. Carinho. Gentileza. Tudo é tão rápido e as coisas ficam meio sem sentido. É tudo uma obrigação e falta tempo para o não fazer nada. Simplesmente ser, existir, contemplar. Pense em quantas veze s fica só, contemplando. Pode ser qualquer coisa. Difícil lembrar, né? Não sei se é a idade ou mesmo uma ficha que caiu, mas venho tentando contemplar mais. Outro dia peguei um ônibus. Carro quebrado, meio de saco cheio. Mas foi ali que percebi que vale a pena sim, dar de cara com uma vista diferente. Perceber outra perspectiva. Nada demais. Tudo a mais. Adorei. E indico.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Terrorismo à brasileira

Não é que eu seja a favor do terrorismo, longe disso, que fique bem claro. Mas até que não seria uma má idéia mandar um convite da Festa Ploc 80, que acontece neste sábado no Circo Voador, para o Bin Laden. Afinal de contas, quem sabe ele não se anima e faz um servicinho que, desta fez, traria o bem à Humanidade?

O que embarcaram neste revival que me perdoem, mas não existe moda mais cafona do que essa. Para começo de conversa, essas festas só exaltam o pior dos anos 80 (vide esse ícone da festa aí ao lado). Lembro uma vez que passsei pela lateral do Circo, durante uma ploc e ouvi a platéia cantar em uníssono "Amor e o Poder" da Rosana (Como uma deeeeeusa!). Nos anos 80, ouvir Rosana era muuuuito cafona.

Outra coisa que me irrita são os freqüentadores dessas festas. A maior parte nem viveu a década de 80. Nasceu de 85 para cima ou até na década de 90. Mesmo assim, ficam num saudosismo tão exagerado quanto nonsense.

Há quem diga que esses revivals são normais, como os dos anos 60 e 70 que, a bem da verdade, vira e mexe acontecem. Mas existe uma grande diferença. Quando se fala da produção musical dessas duas décadas, as citações em sua maioria são boas: Beatles, Rolling Stones, Mutantes, Secos e Molhados, Jimmy Hendrix, entre outras. Sem termos de comparação com as 'celebridades' cultuadas pela Ploc 80: Paquitas, Dr Silvana e Cia, Trem da Alegria e afins, para ser bem suscinta.
Saudades do que passou, todo mundo tem. Uma vez, achei por acaso um CD dos Saltimbancos vendendo nas Lojas Americanas. Não resisti e comprei. Essa história, com certeza, fez parte da infância de todas as pessoas da minha geração. Ouvi uma vez e guardei. Quem sabe para um dia dar aos meus filhos, caso um dia eles venham a existir.

Mas o principal é que é muito triste que, em pleno século XXI, as pessoas mais novas estejam justamente pensando para trás e não para frente. Eu imagino como será os revivals dos anos 00: festas com músicas infantilóides de 20 anos atrás!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O Toco

Pois é, apesar de estar meio sem gás por causa de uma gripe daquelas, mudança de casa e muiiito trabalho, estou de volta. Não vou falar muito da minha vida pessoal, isso não interessa num carteado que se preze. Portanto, o tema de hoje é : o Toco. Sim, com T maiúsculo mesmo. Ele, que vem depois do tesão e vira um Tezão. Ou um Super Tocão.

Tudo começa assim: você sai com um cara (meninos, pode ser uma moça tb, ok?), ele adora você, te acha linda, te leva para o motel (ou para a casa dele) e... toma chá de pirlimpimpim! Tenho várias amigas nessa situação. É nessa hora que o Toco começa a dar os seus primeiros sinais vitais. Primeiro o cara não atende a NENHUMA chamada sua: Toco Bina. Depois, começa a ficar mais grave e a dar Toco msn. Até no gmail, em que se tem menos contatos ali, na cara dele, a praga aparece. É o Toco Google Talk.

Mas o Toco não pára por aí. No orkut, o pretê não responde mais recados, depoimentos, então, nem pensar! Você pode fazer de tudo para o cara lembrar da sua existência, mas nada adianta. O Toco agora impera: poderoso, ele mesmo. O Super Toco!

Logo, num caso mais grave assim, o único jeito de reverter a situação é: suma mais ainda. O cara tem que achar que você morreu. Deixe pistas de que não você não faz mais parte deste planeta. Não acesse o orkut. Bloqueie o Toco Man no msn. Você vai ver que as coisas mudam, ah, se mudam.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Oração dos Estressados

"Senhor,

Dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que não posso aceitar e sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tiver que matar por estarem me enchendo muuuuito o saco.

Também me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois eles podem estar diretamente conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.

Ajude-me sempre a dar 100% de mim no meu trabalho:
12% na segunda-feira,
23%, na terça-feira,
40% na quarta-feira,
20% na quinta-feira,
5% na sexta-feira.

Ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enlouquecendo, que são necessários: 42 músculos para socar alguém, 17 para sorrir e 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo para aquele lugar..."


PS - Não é meu, na internet dizem que é do Veríssimo, o que eu duvido, mas tá valendo!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Relacionamentos modernos

Os relacionamentos modernos não estão com nada. Isso mesmo, é um protesto! As coisas acontecem rápido demais e, assim, se tornam frágeis como um copo de cristal. Muitas amigas estão casadíssimas. Algumas felizes, claro, outras nem tanto. O que vejo, na maior parte das vezes, são mulheres que buscam num parceiro alguém para pegar no pé.

Já os caras, eles estão cada vez mais folgados. Com essa coisa aí de feminismo exacerbado, os homens não querem saber de nada mesmo. É um tal de "pega um copo d'água pra mim" e "amor, esqueci a toalha" que irrita. Eu cansei. Não quero ser uma Cinderela dos livros, mas se fosse convidada para ser uma moderna, aceitaria numa boa. O romantismo não existe mais, todo mundo arrota e solta pum na frente do outro como se fosse a coisa mais natural.
E, fora isso, ainda tem o fato de você, mulher, se sentir apenas mais uma na lista de milhaaaaaaaares. Se um dia tiver coragem para dar uma de futriqueira, veja a quantidade de mulheres que os homens fingem que se relacionam. Pode ser através de sites de relacionamento, msns e até mesmo pelo telefone. São todas estepes de caras perdidos de si mesmos, egocêntricos e que não sabem o que é ter uma mulher de verdade do lado.

Concordo com o deus Shiva, que fala que toda a mulher deve ser amada como uma princesa. Toda mulher merece um príncipe de verdade: um cara que se preocupe e faça por onde. Não estou encalhada nem defendendo o casamento e, sim, a favor dos relacionamentos sinceros. Genuínos. Puros. Mesmo que eles durem apenas um dia.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Pegando carona

Aproveitando o excelente post de minha amiga Folhê, também miro minha metralhadora para o jornalismo. Foi-se o tempo que trabalhar como jornalista era "confortar os aflitos e afligir os que vivem em conforto". Cada dia que passa, a cobertura jornalística me parece mais superficial e desinteressante. Não sei se isso se deve a falta de plano de carreira nas redações ou à dificuldade das empresas de oferecerem aumento de salário, fazendo com que os jornalistas, que ralam MUITO (leia-se fazem horas extra sem ganhar nada, além de trabalhar fins de semana e feriados) , trabalhem cada vez mais desmotivados.

Hoje em dia está difícil achar nos jornais reportagens realmente inovadoras e criativas. O que costumo ver é uma chupação de um veículo para outro, sem a menor culpa, me parece.

Na internet, isso ainda é pior. Por ser um veículo sem limite de espaço, a quantidade de besteira publicada é enorme!! Muitas propositalmente, claro!, porque hoje em dia o mote não é informar, mas sim garantir audiência.

Nessa semana, me deparei com um exemplo disso. Num site, tinha uma chamada para uma matéria sobre a Flocke, a nova ursinha Knut da Alemanha. Nada contra matérias sobre bichinhos fofos. Adoro!! Mas essa era uma chamada para uma reportagem cuja notícia era que a ursinha 'é um pouco vesga'. Parem as rotativas, ops!, as ferramentas de publicação!! Essa notícia vai mudar o mundo!

Sinceramente, não seria mais honesto investir numa fotogaleria da ursinha? Em geral, as galerias de foto já dão mais audiência do que as notícias (é verdade) e assim o site poderia ser mais honesto com o leitor.

Quanto a ursinha, vesga ou não, ela é uma gracinha!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Vai tomar no c...


O ano mal começou e já estamos na labuta. Sabe o que mais me impressiona nesses anos todos de jornalismo? A quantidade de pessoas incompetentes que ocupam cargos de chefia. Elas não conseguem ocupar suas funções com maestria e sempre enchem o saco de seus encarregados, os culpando pela incompetência deles. Tem uma coisa engraçada nos chefes. Eles sempre têm cabelo na venta, gostam de pisar forte, usam cores sóbrias. Sempre com óculos-escuros na fuça, para mostrar ainda mais um ar de superioridade. Gostam de ser chefes, pelo simples fato do poder decorrente do mandar. Mandar de manhã, no almoço e no jantar. O lance é mandar, sair mandando, ligar mandando, mandar a torto e a direito. Mandar fazer coisas erradas. Mandar sem noção.

Enquanto continuo sendo um pau mandado, respiro para não responder em alto e bom tom. Porque chefe gosta mesmo de que a gente berre com eles, ou do contrário, não ouvem. Por isso continuo berrando. Se bem que aprendi que a culosofia - aquela mesma da atriz que canta vai tomar no c... - é bastante apropriada em momentos de egocentrismo do chefe. Mentalize a poderosa frase. Você vai ver o que acontece.

Ps.: Clique no link
http://br.youtube.com/watch?v=dHpSCHxb780. É libertador!!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Esquentando os tamborins

Nem bem os fogos da virada terminam, já começa aquele clima de carnaval no Brasil. Eu não sou chegada a baticum e ziriguidum – sou ruim da cabeça e doente do pé -, mas até que nesses blocos eu sairia:

Bloco do carteado – Para todas as pessoas sagazes, que sabem que no carteado o que vale é o que está na mão. Valete voador passa, mas não fica. De preferência vai para o morto ou para o lixo. O que impera no bloco é o naipe de copas. Mas espadas e paus são benvindos. A galera de ouros, se não for da trupe das Maria de Fátima, também pode se chegar.

Bloco dos cara de pudim – Majoritariamente masculino, esse bloco é formado por todos os valetes que já passaram por nossas vidas, não souberam nos valorizar e depois de terminar com a gente resolveram virar amigos de infância – a nova máxima do mundo moderno. Querem passar de pudim a pavê da Sandra, mas que nasceu pudim jamais chegará a pavê da Sandra.

PS - Mas quem sou eu nesta vida tão louca? Mais uma palhaça neste carnaval!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

2008 tá aí


2008 tá aí. Sem CPMF, mas com os impostos subindo nas alturas e os mesmos problemas de sempre: violência escancarada, promessas que nunca são cumpridas, esperanças renovadas. Um ano que começa é como um papel em branco que ainda não teve nada escrito, mas com algumas rasuras que não podem ser apagadas assim, de um ano para o outro.

Deixando o egoísmo de lado peço, neste ano, mais paz e generosidade. Mais aceitação de nossos problemas e menos mesquinharia. Que as pessoas tenham consciência do que fazem e como fazem. Pois não adianta fingir que as mazelas do mundo não vão nos afetar. Efeito estufa e afins, sim, essas coisas existem. Não na nossa cara, mas acima de nós.

Não, este não é um post pessimista. É apenas um aviso: estamos mesmo fazendo a nossa parte? Ou tem alguém fazendo por nós? Um 2008 com menos umbigos solitários e mais união. É disso que precisamos.